O filme "Dunia", da cineasta libanesa Jocelyne Saab, sobre o desejo feminino e a recusa da excisão, foi censurado e impedido de ser exibido no Egipto, revelou a realizadora, citada pela agência Lusa.(mais)
O filme conta a história de Dunia, uma estudante de poesia sufi e dança oriental no Cairo. Dunia procura um sentido para a sua vida e anseia tornar-se bailarina profissional. Num concurso, conhece o sedutor Dr. Beshir, ilustre pensador sufi e homem de letras.
Com ele, irá saborear o prazer das palavras nas suas pesquisas sobre o êxtase na poesia sufi, e descobrir, nos seus braços, o prazer dos sentidos. Só que vai ter de lutar contra a tradição, que lhe destruiu a capacidade de sentir prazer, para conseguir libertar o corpo e dançar com a alma.
O filme permite evocar, além de uma simples história de amor impossível, a feminilidade no Oriente, bem como a complexidade da relação entre o homem e a mulher, o desejo desta e o seu impossível prazer.
Os tabus que envolvem, desde sempre, os problemas de sexualidade na mulher, bem como os que respeitam à liberdade de expressão no Egipto, levaram a realizadora a travar uma longa batalha política para conseguir a autorização de filmar no Cairo.
Tendo, inclusivé, sido obrigada a adaptar o argumento e a cortar cenas, por forma a que este fosse aceite pela censura.
Mas que pelos vistos, não lhe serviu de muito...
Segundo a amnistia internacional, três milhões de meninas são excisadas a cada ano. Na chamada África Negra, mas também na Indonésia, no Egipto, onde 97% das mulheres são excisadas, e até na Europa. Há entre 130 e 150 milhões de mulheres no mundo a quem o clitóris foi cortado...até quando?
Ministra da Educação diz não querer atacar a Igreja Católoca, mas antes fazer alguma pedagogia e demonstrar igual respeito por todas as religiões. Os ofícios com a ordem governamental já começaram a chegar às escolas onde os símbolos religiosos ainda permanecem visíveis Embora ache que há cruzes muito mais importantes com que o governo se devia preocupar, e essas sim deviam ser uma prioridade, pois são cruzes demasiado pesadas e estão nos ombros dos portugueses, como é o caso dos impostos, do desemprego, etc...Não posso deixar de concordar com a atitude. Afinal, e embora a população portuguesa seja maioritariamente católica, não nos podemos esquecer que vivemos numa democracia e que temos que levar em consideração todas as outras ideologias religiosas, parece-me por isso uma medida acertada e coerente a de retirar os crucifixos das escolas públicas. Não há que impôr nenhuma religião a ninguém, há que educar e respeitar a liberdade de escolha de cada um.
Comments
Beijo :o)
é o mundo em que vivemos, e uma das razões para o estado em que se encontra hoje é o nosso excesso em queremos padronizar tudo á nossa imagem.
o resultado está á vista em vários pontos do globo.
O que me faz grande confusão tambem é a censura e impedição de ser exibido no Egipto, do que serve realizar filmes, escrever livros e tudo mais, deste género, quando os principais interessados não têem acesso aos mesmos, seria forma de conhecer o que está para além de...
Mais uma das tantas coisas que não compreendo!
Bj
A pergunta com que terminas o teu post tenho-a feito e as respostas são sempre as mesmas. Tradições, crenças, religião. Eu acrescentaria outra, HIPÒCRISIA!!! Muita hipócrisia!
Saudações infernais!
Que tristeza!
Pensava que eramos o velho e bom continente!
Bjks da matilde e cª!
bjs do guardião
p.s. vou linkar
A ti já disse o que penso... ;-)
Nay,
Infelizmente as chamadas tradições ainda servem de desculpa para a practica de muita coisa, mas se é uma tradição e se acham que está correcto, porque censuram? Se acham que está correcto o que fazem não deviam de ter problema em mostrar ao mundo...
Bjo