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Aborto, Sim ou Não

Tenho visto campanhas do "Não" que pensei não serem possíveis, mas a verdade é que há gente sem escrúpulos que utiliza meios baixos para fazer campanha, vejam-se os panfletos que foram distribuídos às crianças de um infantário em Setúbal, ou a ameaça de excomunhão feita pelo cónego Tarcísio Alves, pároco em Castelo de Vide, isto não são campanhas válidas para ninguém...ambas as campanhas têm o direito ao seu ponto de vista mas não desta forma...
Todos nós temos direito à nossa opção e por muito que se discutam valores éticos ou morais ambas as situações têm pontos negativos.
Eu vou votar "SIM", não porque sou a favor do aborto, porque obviamente ninguém é a favor do aborto, mas "SIM" por uma lei coerente, que é algo que para mim não existe neste momento.
Uma lei que existe, mas que todos sabemos não é respeitada, uma lei que apenas serve para fazer enriquecer alguns à custa da desgraça dos outros.
Uma lei que defende o direito à vida, mas que defende o aborto em caso de malformação do feto ou em caso de violação.
Onde está a coerência desta lei?
Então um embrião só porque tem uma malformação, ou porque é fruto de uma violação já não tem o chamado direito à vida?
Então estas mães têm direito de escolha sem recriminações e uma mãe que tenha o azar de ter uma gravidez indesejada e que opte por interromper a gravidez é criminosa e tem que se esconder?
Uma gravidez indesejada pode acontecer a qualquer mulher, não porque ela é irresponsável, não porque ela sabe que se engravidar pode recorrer ao aborto, mas simplesmente porque "acidentes" acontecem, e essas mulheres também devem ter o direito de opção.
Eu vou votar "SIM", porque nem todos têm possibilidade de poderem criar os filhos com o mínimo de dignidade.
Eu vou votar "SIM", para que todas as mulheres tenham as mesmas condições de segurança e higiene caso decidam abortar.
Eu vou votar "SIM", para que todas as mulheres possam ter direito a tomar uma opção sem medos e sem riscos desnessários.

Comments

Carlos C said…
Concordo com o que é dito no post e se não te importas vou deixar aqui o copy/paste do meu comentário feito no blog do Vizinho:

Eu em consciencia não consigo decidir por tirar uma vida, mas voto "SIM".
"SIM" pelo direito e liberdade de escolha.
"SIM" porque não existem condições sociais que possibilitem a muitas mães e pais o terem meios de poderem criar os seus filhos.
"SIM" para legalizar o que se faz clandestinamente.
"SIM" para que se possam criar condições de higiene e saude ao alcance de toda a população, acabando com as diferenças entre "abortos de ricos" e "abortos de pobres".

E depois se o "SIM" vencer, lute-se para acabar com a pobreza, acabar com a ignorancia e baixo nivel cultural, lute-se para criar condições para educar e ver crescer os filhos.
Quando a vida melhorar para todos, muitas mães e casais que agoram "escolhem" recorrer ao aborto deixaram de o fazer e o "SIM" transformar-se-á em "NÃO É PRECISO".
Tia Concha said…
Subscrevo o carlos C.

Já esgotei os argumentos.

Voto ao nosso direito de escolha, voto SIM!

bjs
Anonymous said…
É fácil votar sim e descarregar a responsabilidade na mulher.
É fácil numa noite de copos, num momento de loucura tórrida o momento de paixão, a química e depois de alguma troca de fluidos o que não se previu acontece. É problema dela. Ela que aborte. O problema nunca é a dois.
É fácil votar sim e gritar, depois; é o fim da pobreza. Depois e muito depois ou nunca a luta contra a falta de cultura, a incapacidade de educar os filhos, o olhar o futuro e não ver o horizonte de esperança. Que futuro espera os nossos filhos? E nós?
Mas entretanto fecham-se escolas, centros de saúde, maternidades, hospitais. Morrem pessoas por falta de assistência. Mas ai não se pode gastar dinheiro. A situação é grave a saúde e a educação estão em rotura financeira. Mas venham clínicas de aborto.
Mas, sim eu quero ter a assistência dos ricos a escola dos ricos. Também ir ao hospital e não ter lista de espera. É isso, quero tanto mas fico pelo referendo e a promessa de uma clínica de aborto a preços módicos. Sempre é um consolo numa troca de fluidos ocasional a garantia que o aborto é grátis.
É fácil votar sim mesmo sabendo que a nova moldura penal vai trazer alterações à questão referendada.
É fácil referendar uma questão marginal.
Anonymous said…
Ah, só uma questão respeito a sua intenção e não me incomoda.
KNOPPIX said…
Dia 11 de Fevereiro, irei votar "NÃO", à pergunta que vai ser formulada aos Portugueses, feita com o recurso a uma linguagem dúbia, confusa e que permite que as pessoas menos informadas nem sequer saibam aquilo a que estão a responder.

Fixar as 10 semanas de gestação, como a barreira para a admissibilidade nua e crua do Aborto, em Portugal, a pedido da mulher, só pode merecer o meu repúdio, por partir da premissa que, por qualquer motivo ou sem ele, o Aborto passe a ser uma rotina ou algo "normal", no dia-a-dia dos Hospitais Portugueses, que se debatem com Listas de Espera extensas, falta de meios humanos e técnicos e terão de arranjar "espaço e tempo" para destruirem vidas inocentes, a pedido...

Eu defendo o "NÃO", porque a VIDA é um valor que não tem preço e tem de ser defendido, não se pode filosoficamente dizer que a VIDA só existe a partir do momento "x" ou "y"; a VIDA é um processo que se inicia com a fecundação do óvulo e que só termina com a morte do ser vivo.
A VIDA não pode friamente ser compartimentada, considerando-se que a mesma só mereça a tutela jurídica a partir de determinado momento (pretendem que esse momento passe a ser as 10 semanas de gestação).

Os defensores do SIM argumentam que a pergunta do Referendo parte das 10 semanas de gestação, porque "estudos" apontam que a maior parte dos Abortos (cerca de 70%) ocorrem até essa altura e se o Aborto for liberalizado até esse período temporal, combate-se o aborto clandestino e dá-se a oportunidade de a mulher não correr riscos com a sua saúde, fazendo a I.V.G. num estabelecimento de saúde, com todas as condições...

Este argumento é errado e tremendamente egoista, uma vez que só abarca um dos lados da questão e não defende a vida intra-uterina, como vida autónoma do corpo da mulher bem como não resolve o problema do aborto, atacando a sua génese, as suas causas.

Despenalizar o Aborto até às 10 semanas, é adiar o problema, porque não o resolverá, pelo contrário, nos países onde o mesmo foi liberalizado, o Aborto aumentou exponencialmente.

Se a despenalização é a solução, qualquer dia também teremos um Referendo para despenalizar o consumo das drogas, argumentando que assim se resolve o problema do tráfico...

O Aborto representa o fim provocado da vida de um feto, tão simples como isso.

O que vai estar em causa neste Referendo, não é uma "interrupção voluntária da gravidez" mas sim o "termo voluntário da gravidez a pedido da mulher".

A mulher não está a dispor do seu próprio corpo, porque o feto não é uma mera extensão do corpo da mulher, a mulher quando decide abortar, não está a dispor do seu corpo, mas do corpo de um outro ser vivo; isso ninguém pode refutar, porque é um facto indesmentível.

Outra falsa questão, muito esgrimida pelos defensores do SIM, é que a descriminalização do Aborto é a forma de evitar que as mulheres continuem a ir para a prisão, sujeitas ao vexame de um julgamento e à exposição pública da sua vida.

Este argumento do SIM é falacioso, uma vez que se o aborto se realizar a partir das 10 semanas, continuará a constituir um crime e como tal, nada se altera nesse sentido, com este Referendo.
Também gostaria que os defensores do SIM me dissessem quantas mulheres estão ou estiveram na prisão, por terem feito um Aborto...

Eles esquecem-se que a culpa é um factor determinante na atribuição da pena e que existem causas que excluem a ilicitude do acto... Se calhar não convém dizer à Opinião Pública que nas prisões portuguesas não se encontra nenhuma mulher por ter cometido um Aborto até às 10 semanas de gestação...

Isso não impede que o Aborto seja um acto ilícito, porque rouba a vida a um ser vivo, sendo por isso em si mesmo condenável e merecendo a reprovação da generalidade das pessoas.; a sua eventual despenalização, caso o SIM saia vencedor, tendencialmente tornará o Aborto um acto "normal", perderá a sua carga negativa e com isso o efeito dissuasor que obsta à sua prática.

Também constitui um facto indesmentível que a liberalização do aborto provocou o seu aumento brutal, nos países em que o mesmo teve lugar: as estatísticas demonstram isso mesmo, basta ver, por exemplo, o que sucede na vizinha Espanha, na Inglaterra ou nos Estados Unidos da América...

Portugal é um país que tem assistido a quebras sucessivas na taxa de natalidade nos últimos 30 anos e não estou a ver o nosso país, caso o SIM seja vencedor e a quebra nos nascimentos continue a aumentar, a seguir o exemplo da Alemanha, que tenta combater a baixa natalidade oferecendo 25.000 euros por cada filho que os casais decidam ter)...

Estima-se que ano passado, tenham sido feitos mais de 16.000 abortos em Portugal... 16.000 vidas humanas a quem não foi dada uma oportunidade, um futuro...
As pessoas mobilizam-se e ficam chocadas, quando nos noticiários passam notícias de maus tratos a menores... Mas esquecem-se da brutalidade que preside a cada Aborto que se faz em Portugal, se calhar porque são vítimas sem rosto, sem nome, sem memórias...

Regra geral, no Aborto existem sempre duas vítimas... Uma que sobrevive e outra que morre...
Desde 1998, o Aborto Clandestino matou 4 mulheres em Portugal: é dramático isso ter acontecido, mas mais dramático é saber que nesse mesmo período temporal, estima-se terem morrido em Portugal entre 12.000 a 16.000 fetos, por ano... Façam as contas...

Caso o SIM vença, o Aborto poderá ser feito a pedido da mulher, até às 10 semanas de gestação; será que queremos tornar os nossos hospitais em matadouros de fetos, em que se façam Abortos em série, como um normal acto médico?
Este cenário já mereceu o repúdio de muitos médicos, que afirmaram que caso o SIM vença, pura e simplesmente se recusarão a praticar Abortos, excepto nos casos excepcionais previstos pelo seu Código Deontológico, alegando razões éticas.

Liberalizar o Aborto não é resolver o seu problema. Esse é o caminho mais fácil e o que menos trabalho custa a fazer.
A luta contra o Aborto Clandestino é uma questão de Saúde Pública, liberalizar o Aborto é demitir o Estado das suas responsabilidades nesse campo, porque não combate as causas do Aborto: mais e melhor educação sexual, maior informação e acesso a métodos de contracepção, existência de gabinetes de planeamento familiar em todos os Centros de Saúde com pessoas devidamente formadas nessa área, apoio à Maternidade e à Infância, menor burocracia nos processos de Adopção, seriam alguns dos aspectos a merecer atenção no combate e repressão do Aborto.

Dia 11 de Fevereiro, podemos dar o primeiro passo nesse caminho, ao defendermos a vida intra-uterina, podemos fazer de Portugal um país pioneiro na defesa das suas Mães e das suas Crianças...

Simplesmente basta dizer NÃO ao Aborto...
Unknown said…
Caro João,
Em primeiro lugar gostava de esclarecer que sou mulher, logo o meu voto no sim não é de todo descarregar a responsabilidade na mulher...
Em segundo lugar, julgo que é radicalizar quando dá a entender que qualquer gravidez indesejada é fruto de uma noite de sexo sem responsabilidades, pois na grande maioria as mulheres que optam pelo aborto até têm as chamadas relações estaveis...
Lamento que na grande maioria das opiniões do não, seja dado a entender que apenas opta pelo aborto a mulher inconsequente e irresponsavel que salta de cama em cama.
Quanto ao facto da responsabilidade recair quase na totalidade na mulher, nisso ambos concordamos, e nesse caso se é para condenar então condenem-se os pais também!
Quanto ao facto de estarem a fechar organismos por falta de verbas, é obvio que não me agrada esses fechos, e é obvio que preferia estar aqui a discutir a valorização social e o estímulo à maternidade, a protecção às crianças e à mães, as licenças de parto, as creches, os jardins de infância, o planeamento familiar, etc, em vez do sim ou não ao aborto, mas infelizmente não é assim, e temos que viver com a realidade.
A lei, a ser aprovada apenas vai descriminalizar um acto que todos sabemos não depende de nenhuma lei. Esta apenas ajudará a tornar mais segura do ponto de vista médico e psicológico a decisão.
Anonymous said…
Votar Sim pq temos direito a escolher o nosso caminho, a dar o melhor ao nosso rebento!
pq quem o faz pd morrer, por tudo o q nos esperar, ter o direito de votar:))
Miguel said…
Cruzeiro,

Sem duvidas ...
SIM ...!

Uma boa semana!
Bjks da matilde e Cª!
Fábula said…
eu tb voto SIM, na minha consciência a uma mudança é o melhor!
Francis said…
muito bem, bonita prosa...
sem-comentarios said…
Voto SIM, pelas razões aí apresentadas :)
pisconight said…
Eu sou Não, mas basta ver porquê no meu blog.
Respeito todas as opiniões e sentido de voto, mas despenalizar em vez de combater... não entendo.
Bjs
;)
maria inês said…
o que eu tenho pena, e já o disse num blog, é que um tema tão delicado como este tenha sido "enxovalhado" desta forma!
Rivera said…
Eu também vou votar sim, mas não estou muito convicta de que o som vá ganhar, espero estar enganada...
Acima de tudo votar e ser um cidadao consciente e responsavel. Mobilizado para agir quando chamado a isso nas causas e momentos certos.
Anonymous said…
ola sou emfermeira do hospital das clinicas de são paulo.
trabalho no estoque do hospital,mexendo com essas medicações.

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