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O que se passa com os nossos adolescentes?

Na semana passada um triste acontecimento deixou-me a pensar sobre o que se passa com os nossos adolescentes.
Todos nós já ouvimos falar aqui ou ali sobre um qualquer jovem que se suicidou, mas é sempre diferente quando acontece perto de nós. Quando conhecemos as pessoas toca-nos de forma diferente e leva-nos a procurar respostas. Respostas difíceis de encontrar já que de acordo com estudos, o suicídio é a segunda causa mais comum de morte de pessoas nesta faixa etária em todo o mundo, números que nos passam ao lado e que nós nem paramos para saber, a menos que aconteça ao nosso lado...e quando acontece deixa-nos sem chão e só conseguimos questionar o porquê...
Há uma semana uma jovem de 16 anos que eu conhecia, e com quem lidei de perto atirou-se de uma janela, uma jovem que se dizia sofrer de depressão, que teve sempre ajuda e que mesmo assim terminou da pior maneira. 
E eu não consigo deixar de pensar e de questionar - O que é que está a passar nas cabeças e nos corações dos nossos adolescentes? O que leva uma adolescente de 16 anos a saltar para o vazio da morte? Que dores tão profundas são estas para as quais só na morte encontram saída?
Olhamos em volta e aqueles que parecem ser felizes não o são, por motivos que nós não compreendemos ou que apenas não nos preocupamos em olhar e perceber, ou porque nunca parámos para olhar com olhos de ver.
Coisas que no nosso tempo nos deixavam a chorar durante uns dias e seguíamos em frente, são hoje encaradas como um drama de vida pelos nossos adolescentes, e é esta forma dramática e obscura deles encararem  a vida que tem que nos obrigar a parar e a olhar em redor.
E se pararmos para pensar o que vemos? 
Que diariamente os sujeitamos a enormes pressões para serem bons, porque se para os bons o futuro se avizinha difícil para os menos bons será pior.
Que a nossa vida de correria e de contas para pagar nos obriga muitas vezes a negligenciar a qualidade de tempo que passamos com eles.
Que as novas tecnologias lhes mostram um mundo a que nem todos têm acesso.
Que ouvimos tanta desgraça que vivemos com medo do que lhes pode acontecer e os protegemos demasiado não os preparando para as desilusões da vida.
Que por mais que tentemos não conseguimos deixar de lhes passar as nossas próprias frustrações.
Que cada vez há mais famílias monoparentais que muitas vezes se esquecem que o importante são os filhos e não eles, com tudo o que isso acarreta na cabeça  e nos corações deles ainda em formação.
Que nunca foi tão importante como é hoje, terem uns ténis de marca para serem aceites em certos círculos.
Que cada vez há mais jovens com dificuldades de relacionamento, falta de autoestima, em conflito com tudo e com todos.
Por tantos motivos e nenhum motivo os nossos adolescentes não estão bem. 
E não consigo deixar de pensar que qualquer dos nossos filhos poderia estar no lugar daquela adolescente, que qualquer dos nossos filhos se pode sentir como aquela adolescente, sem que nenhum de nós o perceba, porque o que mais nos dizem é "tu não percebes, tu não entendes, tu não sabes como é" e se escondem num mundo só deles a que não nos dão acesso.
Estaremos nós a criar uma geração de pessoas tristes e problemáticas?
Estarão eles a dar demasiada importância a coisas que para nós não fazem sentido, e que por isso não reparamos nelas?
O que eu vejo é que os nossos adolescentes perderam a esperança no futuro, tudo para eles é negro e vivido de forma intensa e dramática. Uma falta de esperança tão profunda que pode culminar muitas vezes com um cenário de dor irreparável e sem volta.
Não sei o que se passa na mente dos nossos adolescentes, mas sei que é urgente olhar para o lado e tentar perceber o que se passa na cabeça e no coração deles, para que eles possam ser adolescentes felizes e sem medo de viver o amanha.

Comments

Clipping Path said…
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Anonymous said…

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